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Já ouviu falar em Superflat? Ou em Takashi Murakami?

    Pois é, a capa do livro Coelhos é inspirada nesse movimento artístico japonês e, mais especificamente, em Takashi Murakami.   O Superflat seria o mais próximo da Pop Art norte-americana na maneira como se apropria dos produtos culturais e midiáticos e os ressignifica em obras de artes. Andy Warhol e Roy Lichtenstein são os ícones desse movimento no Ocidente, mas no Japão, o Superflat, tem como seu mais proeminente artista o japonês Takashi Murakami. Murakami se apropria da cultura Otaku e seus produtos midiáticos: mangás, animês e vídeo-games; e recria-os em novas perspectivas muitas vezes totalmente distantes da obra original. O importante em suas obras é a experiência sensorial das peças, tanto para o deslumbramento quanto para o grotesco, e não para a profundidade de seus conteúdos. Daí o nome Superflat, pois o que interessa é o que está à superfície, nela reside toda a experiência transitória e fugidia dos produtos midiáticos japoneses.        Como abordado em post
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Você conhece The Warriors? Pois é, esse filme cult aí faz parte das referências de Coelhos

  The Warriors (1979) talvez seja um daqueles filmes mais emblemáticos que tenha assistido quando jovem. Sem naves espaciais, sem uma trama complexa, sem muitos atrativos de estilo cinematográfico, nada disso. O filme se resume em: corra para sobreviver; mas essa corrida rumo a um lugar seguro é cheia de embates visualmente bem construídos. Mas, o que esse filme tem de bom assim para ter influenciado o livro Coelhos? O que sempre me fascinou nesse filme eram os visuais das gangues e suas caracterizações. Era incrível ver a cada esquina de Nova York, um novo figurino surgindo com estilos totalmente distintos e maneiras de lutar também totalmente diferentes.   Essa corrida pela sobrevivência em meio a embates constantes acabou me dando um norte para a própria ideia de Coelhos no que se refere às gangues da Área Remixada.   Entretanto, diferente das gangues do filme The Warriors, em Coelhos as gangues se caracterizam de ícones da cultura pop brasileira e estrangeira. Fora isso, todas elas

Existiria Coelhos sem a Capoeira? Creio que não e eu explico

    É difícil desassociar Coelhos da Capoeira por vários motivos: ela é tanto uma forma de arte como uma prática de luta, ela é uma dança dos contrários em pleno fluxo dos movimentos, ela é jogo, improviso, espontaneidade plena, mas também resistência, defesa das singularidades e das poesias cantadas em rodas e círculos.   Pratiquei Capoeira dos meus 14 aos 19 anos, tive dois mestres e dois professores, participei de muitas rodas em academias e nas ruas, me identifiquei tanto com essa arte que não podia ouvir ou ver uma roda que lá ia eu tentar fazer pelo menos um jogo.   Quando eu e a Roberta, em 2003, pensamos numa história inspirada nos animes que curtimos, eu logo sugeri a Capoeira como a arte marcial de base. Mas, conforme o livro foi sendo escrito em 2019, percebi o quanto a Capoeira se tornava o eixo pelo qual a história se desenvolvia. A Capoeira tem uma luta de resistência desde a sua origem e mesmo depois da antológica apresentação de Mestre Bimba ao Presidente Vargas ter dad

O que X-Men tem a ver com Coelhos? Eu diria que muito!

Eu me lembro da primeira vez que entrei em uma banca de jornal em 1991 especificamente para comprar algo para ler e me deparei com dois gibis, X-Men e Liga da Justiça. Minha ligação com os X-Men foi quase que instantânea e peguei uma fase de reformulação da equipe, logo depois do massacre dos Morlocks nos esgotos de Nova York, em que eles tiveram que se isolar no deserto da Austrália.   O que mais me chamou atenção desde o início na narrativa desse grupo de heróis da Marvel foi, sem sombra de dúvidas, o fato de serem um grupo perseguido por serem diferentes, no caso mutantes, e por lutarem por uma humanidade que os rejeitava de todas as formas possíveis.   Nenhum outro grupo de heróis tinha esse debate tão escancarado e que fazia alusão a lutas que parecem tão atuais em nossos dias, mas que na época, final da década de 1980 e começo de 1990, era para lá de ousado, pois não era de praxe ver isso em histórias em quadrinhos.   Mais tarde, quando fui estudar os motivos que le

Você Conhece Cowboy Bebop?

       Não a versão da Netflix, mas a versão original de Shinichiro Watanabe que foi exibida pela primeira vez em 1998?      Pois é, Coelhos foi muito inspirada em Cowboy Bebop na maneira como Watanabe mesclou referências e preferências artísticas em uma história original. Soa meio estranho dizer algo original a partir de outras obras, mas é isso mesmo que Cowboy Bebop é: um passeio consciente pela cultura midiática de seu tempo. É uma obra de um fã de produtos culturais direcionada exatamente para outros fãs.       O que podemos chamar de Remix, como Roberta Almeida, uma das criadoras de Coelhos comigo, pesquisou em 2008-2010 na PUC-SP ( Remix Midiático ) .     É como se por uma obra você pudesse rememorar e encontrar outras, mas sem perder a narrativa de sua própria história.       Conseguiu entender? Não? Então, a melhor maneira de vislumbrar isso é vendo Cowboy Bebop e lendo Coelhos ao mesmo tempo, vamos lá?      Cowboy Bebop está disponível na Netflix e na Amazon, já o livro Coelh

Coelhos

                 Coelhos é uma ficção-científica brasileira ambientada em Marte no ano de 2121. Em meio a um iminente embate entre duas colônias marcianas, um caçador de recompensadas é acusado do assassinato de uma das poucas vozes que se levantava para defender o gueto: Área Remixada. Tendo pouco tempo para recuperar a sua memória e impedir um invasão militar em larga escala, ele inicia uma jornada que o levará a lutar pelas pessoas que ama e pelos valores em que acredita. Disponível para compra em: Coelhos