É difícil desassociar Coelhos da Capoeira por vários motivos: ela é tanto uma forma de arte como uma prática de luta, ela é uma dança dos contrários em pleno fluxo dos movimentos, ela é jogo, improviso, espontaneidade plena, mas também resistência, defesa das singularidades e das poesias cantadas em rodas e círculos.
Pratiquei Capoeira dos meus 14 aos 19 anos, tive dois mestres e dois professores, participei de muitas rodas em academias e nas ruas, me identifiquei tanto com essa arte que não podia ouvir ou ver uma roda que lá ia eu tentar fazer pelo menos um jogo.
Quando eu e a Roberta, em 2003, pensamos numa história inspirada nos animes que curtimos, eu logo sugeri a Capoeira como a arte marcial de base. Mas, conforme o livro foi sendo escrito em 2019, percebi o quanto a Capoeira se tornava o eixo pelo qual a história se desenvolvia.
A Capoeira tem uma luta de resistência desde a sua origem e mesmo depois da antológica apresentação de Mestre Bimba ao Presidente Vargas ter dado a permissão de sua livre prática, ela ainda foi vista por décadas a fio como algo de marginal, de vagabundo. Assim, só quem a praticava eram os marginais e excluídos da sociedade.
É exatamente nesse ponto que a história de luta da Capoeira se encontra com a história de luta da colônia Área Remixada no livro Coelhos. Os habitantes da AR são excluídos das benesses da próspera Pangea e sua arte de resistência se torna a Capoeira.
Portanto, é a Capoeira que se torna o grande elo que entrelaça toda a trama do livro, sem a sua arte, não haveria tal obra.
No fim, não deixa de ser uma grande homenagem a essa arte genuína brasileira que tanto aprecio!
Ficou interessado em ler Coelhos? Segue o link Coelhos onde você vir adquirir seu exemplar.
Boa leitura!
Comentários
Postar um comentário